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Autor: Adam Grant
Ano de publicação: 2021
TĂtulo original: Think Again – The Power of Knowing What You Don’t Know
Categoria: Psicologia | Comportamento | Inovação | Aprendizado ContĂnuo
Em Pense de Novo, o psicólogo organizacional Adam Grant mostra que o verdadeiro poder intelectual não está em acertar sempre, mas em reavaliar constantemente. O livro convida o leitor a abandonar o papel do “sabe-tudo” e adotar o de aprendiz curioso — alguém que valoriza mais o processo de pensar do que a necessidade de estar certo. Grant usa pesquisas da psicologia cognitiva, casos reais e histórias inspiradoras para revelar como repensar é uma habilidade essencial em tempos de mudança acelerada. Ele ensina a reconhecer o viés de confirmação, a cultivar a humildade intelectual e a transformar o ato de mudar de ideia em sinal de força, não de fraqueza.
Pensar é diferente de repensar Pensar é formular opiniões; repensar é ter coragem de questioná-las. As pessoas inteligentes não são as que mais sabem, mas as que ajustam suas crenças diante de novas evidências.
TrĂŞs personagens mentais Grant identifica trĂŞs modos de pensar que todos usamos:
A importância da humildade intelectual Saber muito sobre algo pode gerar a “armadilha do especialista”, tornando-nos menos abertos a novas perspectivas. A verdadeira confiança é admitir: “Posso estar errado.”
Mudança de opiniĂŁo como sinal de evolução Grant apresenta lĂderes e organizações que cresceram justamente porque moldaram culturas que valorizam o repensar, nĂŁo a teimosia. Errar rápido e corrigir Ă© melhor do que insistir por ego.
A arte do diálogo construtivo Em vez de tentar “ganhar” discussões, o autor ensina a fazer perguntas que convidam à reflexão, diminuindo defesas e ampliando o entendimento mútuo.
Adam Grant escreve de forma fluida, instigante e provocadora, misturando pesquisas cientĂficas com storytelling. Sua narrativa combina a precisĂŁo acadĂŞmica da psicologia com a leveza da escrita jornalĂstica. O tom Ă© humano e prático, convidando o leitor a aplicar as ideias no cotidiano — da carreira aos relacionamentos.
Pense de Novo Ă© um manifesto pela mente flexĂvel em um mundo de certezas frágeis. Adam Grant lembra que mudar de ideia nĂŁo Ă© trair quem fomos, mas honrar quem estamos nos tornando. O livro nos ensina a duvidar com curiosidade, a discutir com empatia e a viver com mentalidade de aprendiz — porque sĂł quem reavalia o que pensa pode continuar evoluindo.
“A sabedoria não está em ter as respostas certas, mas em fazer as perguntas certas — e continuar curioso mesmo depois de achar que já sabe.” — Adam Grant
Parte I – Repensamento Individual: Como atualizar nossas próprias opiniões
Adam Grant abre o livro mostrando que a maior ameaça Ă inteligĂŞncia nĂŁo Ă© a ignorância, mas a certeza. Todos nĂłs caĂmos na armadilha de defender crenças como se fossem identidades. A Parte I ensina a repensar a si mesmo — a examinar as prĂłprias opiniões, desafiar convicções antigas e cultivar a flexibilidade mental. O autor revela que o segredo nĂŁo Ă© pensar mais rápido, mas pensar novamente com mais humildade. Ele nos convida a trocar os papĂ©is de pregador, promotor e polĂtico pelo de cientista, que vive testando hipĂłteses e se alegra ao ser corrigido. E, no equilĂbrio entre confiança e dĂşvida, encontramos o ponto ideal para evoluir sem paralisar.
Ponto Central: A mente humana alterna entre quatro modos:
Exemplo: Grant cita o caso de Mike Lazaridis, cofundador da BlackBerry, que ignorou novas evidências por apego ao sucesso anterior — e perdeu o timing do mercado.
Destaque: “Quando nos tornamos cientistas de nossas próprias ideias, o erro deixa de ser ameaça e vira dado.”
Lições:
âś” Adote a curiosidade como postura intelectual, nĂŁo o orgulho de estar certo.
✔ Desapegue de crenças que serviram no passado, mas não explicam mais o presente.
✔ Faça perguntas que desafiem seu próprio ponto de vista.
Ponto Central: A confiança excessiva cega; a falta dela paralisa. A força mental está em equilibrar autoconfiança com humildade cognitiva.
Exemplo: O autor compara dois extremos:
Destaque: “A confiança deve vir da capacidade de aprender, não da ilusão de saber.”
Lições:
âś” Questione certezas com o mesmo zelo com que defende suas ideias.
âś” Procure feedbacks que desafiem, nĂŁo apenas confirmem.
✔ Transforme o erro em métrica de aprendizado, não em prova de incompetência.
Em quais áreas vocĂŞ tem sido pregador, promotor ou polĂtico — e nĂŁo cientista? Qual crença antiga ainda te impede de testar uma nova hipĂłtese sobre si mesmo?
Parte I – Repensamento Individual: Como atualizar nossas próprias opiniões
Nesta segunda parte do “repensamento individual”, Adam Grant aprofunda a arte de duvidar com prazer e discordar com propósito. Ele mostra que mudar de ideia não é sinal de fraqueza, mas evidência de inteligência emocional e maturidade cognitiva. O autor ensina que, quando deixamos de proteger nossas opiniões como tesouros, passamos a vê-las como hipóteses temporárias — abertas a revisão, expansão e até substituição. E, ao aprender a debater ideias sem atacar pessoas, o pensamento coletivo se torna mais afiado, criativo e verdadeiro.
Ponto Central: Estar errado não é um fracasso — é uma oportunidade de atualizar o mapa mental.
Exemplo: Grant cita Daryl Davis, um músico negro que conseguiu converter dezenas de membros da Ku Klux Klan simplesmente fazendo perguntas abertas e ouvindo de verdade — mostrando que curiosidade desarma o preconceito.
Destaque: “Estar errado é a prova de que estamos aprendendo.”
Lições:
âś” Substitua a vergonha de errar pela alegria de descobrir.
✔ Treine o cérebro para sentir curiosidade em vez de defesa diante de contradições.
✔ Busque deliberadamente momentos em que você possa estar enganado — e use-os como treino mental.
âś” A maturidade intelectual nĂŁo Ă© ter todas as respostas, mas ter prazer em atualizar perguntas.
Ponto Central: Discussões nĂŁo precisam ser guerras. Quando praticadas com respeito e propĂłsito, elas ampliam o raciocĂnio e fortalecem relacionamentos.
Exemplo: Grant mostra como a Bridgewater Associates, empresa de investimentos de Ray Dalio, adota a “transparência radical”: funcionários discordam abertamente com dados, sem medo de hierarquia — e isso cria decisões mais racionais.
Destaque: “As melhores conversas são duelos de ideias, não de egos.”
Lições:
âś” Busque o conflito de ideias, nĂŁo o conflito de identidades.
✔ Faça perguntas em vez de acusações: “O que te faz pensar assim?” abre pontes.
✔ Escolha parceiros intelectuais que te desafiem, não apenas confirmem suas opiniões.
✔ Crie espaços seguros para discordar — e celebre quando alguém te faz mudar de ideia.
Quando foi a última vez que você sentiu alegria ao ser corrigido? Com quem você poderia praticar um conflito positivo esta semana — aquele que desafia ideias, não pessoas?
Parte II – Repensamento Interpessoal: Como abrir a mente de outras pessoas
Depois de aprender a repensar as próprias opiniões, Adam Grant mostra nesta segunda parte como ajudar os outros a repensar também — sem confronto, sem manipulação e sem arrogância intelectual. Ele propõe substituir o impulso de vencer argumentos pelo desejo de dançar com ideias, criando espaço para que o outro se mova. Mostra ainda como quebrar estereótipos com empatia e curiosidade, e como o poder de ouvir profundamente pode gerar transformações muito mais eficazes do que tentar convencer. O tema central é claro: mudança real não nasce de imposição, mas de escuta, humildade e conexão.
Ponto Central: Em discussões, o objetivo não é derrotar o outro, mas criar um ritmo de curiosidade mútua — uma dança intelectual.
Exemplo: Grant analisa comunicadores que mudaram opiniões polĂticas radicais sem ataques diretos, apenas fazendo perguntas abertas e validando emoções.
Destaque: “Você não muda uma mente empurrando — muda, puxando suavemente.”
Lições:
✔ Evite o modo “combate”: busque movimento, não vitória.
✔ Use perguntas que convidem à reflexão: “O que te faria mudar de ideia?”
âś” Quando o outro se sente ouvido, a mente relaxa as defesas.
✔ Mostrar vulnerabilidade (“posso estar errado”) cria espelhos de humildade.
Ponto Central: EstereĂłtipos sĂł mudam quando a pessoa Ă© exposta a exemplos ambĂguos, humanos e prĂłximos, que quebram o “nĂłs contra eles”.
Exemplo: Grant cita pesquisas com torcedores de futebol rivais — quando um jogador da equipe adversária salvava um fĂŁ de outro time, o Ăłdio diminuĂa instantaneamente. A empatia nasce de interações reais, nĂŁo de discursos.
Destaque: “Quando uma história contradiz nosso estereótipo, o cérebro precisa redesenhar o mapa.”
Lições:
âś” Mostre nuances, nĂŁo extremos.
âś” Apresente exemplos vivos que complicam a narrativa simplista.
✔ Conecte pelo terreno comum (valores, dores, esperanças).
âś” Preconceito se dissolve no encontro humano, nĂŁo no embate moral.
Ponto Central: As pessoas mudam quando se sentem compreendidas, nĂŁo corrigidas.
Exemplo: Grant conta sobre “encantadores de vacinas” — profissionais que reduzem resistência à imunização apenas ouvindo com empatia, sem impor fatos. O mesmo ocorre com policiais treinados para interrogar com gentileza, o que leva à confissão voluntária.
Destaque: “Escutar é mais persuasivo que argumentar.”
Lições:
✔ Substitua a refutação pela curiosidade ativa.
âś” Espelhe o que a pessoa diz para mostrar compreensĂŁo antes de propor alternativas.
✔ Use perguntas abertas e não ameaçadoras.
✔ A empatia é o gatilho silencioso da transformação.
Você costuma discutir para vencer ou para compreender? Com quem você poderia praticar hoje uma escuta transformadora, sem tentar consertar — apenas entender?
Parte III – Repensamento Coletivo: Como criar comunidades de aprendizes vitalĂcios
Nesta parte, Adam Grant amplia o repensamento do indivĂduo para o coletivo. Ele mostra como grupos, instituições e culturas inteiras podem evoluir quando a dĂşvida Ă© tratada como virtude, e nĂŁo como fraqueza. Grant propõe a criação de comunidades que aprendem continuamente, onde Ă© seguro discordar, revisar opiniões e atualizar saberes. Em vez de uniformidade de pensamento, ele defende curiosidade compartilhada, onde a verdade Ă© construĂda por meio do diálogo — e nĂŁo da imposição.
Ponto Central: A polarização não é causada apenas por diferenças de opinião, mas pela intolerância à ambiguidade e pela falta de curiosidade sobre o outro lado.
Exemplo: Grant cita estudos em que pessoas de ideologias opostas foram reunidas para ouvir histĂłrias pessoais, nĂŁo argumentos polĂticos — e o nĂvel de empatia e entendimento aumentou drasticamente.
Destaque: “A ponte começa quando alguém tem coragem de escutar sem preparar a resposta.”
Lições:
✔ Troque o objetivo de “mudar o outro” por entender o contexto dele.
✔ Evite rótulos e generalizações — use nomes, não categorias.
âś” Busque histĂłrias individuais, nĂŁo estatĂsticas para vencer debates.
âś” A despolarização começa com curiosidade genuĂna.
Ponto Central: Ensinar nĂŁo Ă© transmitir respostas, Ă© ensinar a fazer perguntas melhores.
Exemplo: O autor descreve professores que avaliam alunos não só pelo que sabem, mas pelo quanto mudaram de opinião com base em novas evidências — criando uma cultura de aprendizado dinâmico.
Destaque: “Educar é cultivar mentes revisáveis.”
Lições:
✔ Substitua o modelo “memorizar e repetir” por investigar e repensar.
âś” Premie a curiosidade intelectual, nĂŁo apenas a precisĂŁo das respostas.
✔ Promova o erro como parte do aprendizado, não como punição.
âś” Crie ambientes psicolĂłgicos seguros para discordar e explorar hipĂłteses.
VocĂŞ faz parte de grupos que aprendem juntos ou apenas confirmam crenças? Como vocĂŞ pode incentivar discussões seguras e curiosas no seu cĂrculo de convivĂŞncia?
Parte III e IV – Repensamento Coletivo e Conclusão
Adam Grant encerra o livro mostrando que o repensamento precisa sair da mente individual e se transformar em cultura organizacional e estilo de vida. Empresas, times e pessoas de sucesso nĂŁo sĂŁo as que sempre acertam — sĂŁo as que criam sistemas para aprender rápido, corrigir cedo e mudar com leveza. O autor tambĂ©m alerta que planos e identidades muito rĂgidos criam visĂŁo em tĂşnel, impedindo que vejamos novas oportunidades de crescimento. A lição final Ă© clara: repensar nĂŁo Ă© instabilidade, Ă© inteligĂŞncia adaptativa — a capacidade de evoluir sem perder o propĂłsito.
Ponto Central: As organizações que prosperam são aquelas que transformam o repensar em hábito coletivo — onde é seguro admitir erros e propor mudanças.
Exemplo: Grant menciona empresas como a NASA e a Pixar, que instituĂram rituais de revisĂŁo e autocrĂtica, evitando desastres e ampliando a inovação.
Destaque: “Erros não são fracassos quando se tornam parte do sistema de aprendizado.”
Lições:
âś” Substitua a cultura de culpa pela cultura de curiosidade.
âś” Institucionalize o feedback ascendente — lĂderes tambĂ©m devem ser avaliados.
✔ Crie reuniões de aprendizado, não só de resultados.
âś” Valorize quem questiona processos antigos em vez de punir a dĂşvida.
Ponto Central: Muitos se aprisionam a uma identidade profissional ou projeto de vida e perdem o timing de recomeçar. A maturidade está em reavaliar o caminho sem perder o norte.
Exemplo: Grant conta o caso de profissionais brilhantes que resistiram a mudar de área — e acabaram estagnados —, enquanto outros, ao reverem seus mapas mentais, reinventaram suas carreiras com propósito renovado.
Destaque: “Ter um plano não significa ter um túnel.”
Lições:
✔ Reveja regularmente seus critérios de sucesso — eles mudam com as fases da vida.
✔ Use marcos de reflexão anual: “o que ainda faz sentido?” / “o que mudou em mim?”.
âś” O replanejamento nĂŁo Ă© retrocesso; Ă© ajuste fino da rota.
✔ Tenha metas revisáveis e identidades plurais — você é mais que um rótulo.
Que áreas da sua vida ainda estão presas ao pensamento “sempre foi assim”? Qual parte da sua identidade profissional ou pessoal você precisa repensar com coragem neste novo ciclo?
Pense de Novo, de Adam Grant, Ă© um convite elegante e urgente para reaprender a pensar. Em tempos de certezas barulhentas e opiniões inflexĂveis, o autor nos lembra que o verdadeiro sinal de inteligĂŞncia nĂŁo Ă© defender verdades, mas renovar o pensamento — abrir espaço para o novo, admitir que podemos estar errados e celebrar a mudança de perspectiva como conquista, nĂŁo como derrota.
Ao longo da leitura, vimos trĂŞs movimentos essenciais:
O livro termina com uma mensagem libertadora: a mente que se fecha para proteger o que sabe, perde o futuro; a que se abre para aprender, cria o futuro.
âś” Humildade intelectual: reconhecer limites, duvidar com coragem e aprender com prazer.
✔ Curiosidade como virtude: transformar o “não sei” em motor de descoberta.
✔ Conflito construtivo: discordar com respeito para alcançar clareza, não vitória.
âś” Escuta ativa: ouvir para entender, nĂŁo para responder.
âś” Culturas que aprendem: transformar o erro em dado e o feedback em rotina.
âś” Flexibilidade de identidade: mudar planos sem perder propĂłsito.
“O que diferencia os sábios dos teimosos não é o quanto sabem, mas o quanto estão dispostos a reaprender.” — Adam Grant
Em qual área da sua vida você ainda se apega a certezas antigas? O que mudaria se, a partir de hoje, você tratasse cada ideia como hipótese, e cada erro como lição? Talvez o próximo salto não dependa de saber mais — mas de ousar pensar de novo.
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